O que é turnover? Saiba como reduzi-lo na sua empresa

#Gestão de RH

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por
Felipe Baeta

Como fazer os colaboradores amarem a empresa? Segundo o livro “Construindo uma cultura magnética”, do autor Kevin Sheridan, para atingir o “coração” da equipe é preciso inserir práticas que encantem e estimulem o progresso dos colaboradores.

Para isso, os gestores devem entender o conceito de turnover e o que é rotatividade. Afinal, esse índice pode apontar o que fazer, para, entre outras coisas, aumentar o amor da equipe interna.

Neste artigo, mostraremos o que significa turnover. Além disso, apresentaremos a sua importância, como medi-lo, o que fazer para reduzi-lo e como o setor de recursos humanos pode ajudar nesse objetivo. Vem com a gente!

Confira o que você vai encontrar neste artigo:

O que é turnover?

O turnover é um indicador que mensura a rotatividade dos colaboradores de uma empresa. Desse modo, os gestores conhecem a quantidade de profissionais que se desligaram durante um período específico e, por isso, precisaram ser substituídos.

Atualmente, o turnover é um dos índices mais importantes para as companhias, uma vez que pode ser comparado a um exame minucioso que revela a saúde do negócio.

Turnover impacta diretamente produtividade e resultados

Como assim? Com certeza, o capital humano é a principal engrenagem de uma instituição. Caso esse recurso valioso esteja desmotivado e abandone a empresa, os resultados internos são seriamente afetados.

Por exemplo, não há como manter um alto nível de qualidade nos serviços quando as instituições precisam treinar novos colaboradores a todo instante.

No mínimo, as demandas sempre serão atendidas por iniciantes com pouca ou nenhuma experiência. Além disso, o turnover eleva o estresse e o esgotamento da equipe, por resultar em acúmulo de trabalho e a necessidade de horas extras.

Outro impacto negativo em processos importantes da empresa são questões como o descumprimento de prazo e péssimo atendimento ao cliente.

Como a rotatividade afeta pequenas e médias empresas?

Uma pesquisa conduzida pela empresa Zenefits (desenvolvedora de tecnologia para a área de RH) e apresentada no site Workest, revelou que 81% das organizações participantes afirmaram que o turnover onera o orçamento interno.

E um dos principais motivos vem do atraso nos projetos e na perda de produtividade dos trabalhadores. É interessante notar que o custo com a recontratação e o treinamento de novos colaboradores — fatores tidos como os mais impactantes — aparecem em terceiro lugar.

O que isso revela? Que o turnover atinge primeiro um dos principais pilares do negócio, desestruturando em seguida o restante da empresa.

Nas pequenas e médias empresas pode ser mais difícil identificar e elaborar estratégias contra a rotatividade de profissionais. A razão é a ausência de uma política interna voltada para a mensuração desse índice.

Outro desafio enfrentado por pequenos e médios negócios que aumenta o turnover é a sazonalidade. Dependendo da área onde a empresa atua, é comum que os colaboradores encarem seu trabalho como um “trampolim”, ou seja, algo que os impulsionará em direção ao emprego desejado.

Essa realidade foi apresentada pela National Business Research Institute, na pesquisaSurvey Research Yields Data on Employee Turnover”. Segundo esse estudo, entre os setores que registram os maiores índices de rotatividade estão o de alimentação (35%) e o comércio varejista (22%).

Quais são as possíveis causas de turnover?

Com um pouco de estudo, é possível identificar as principais causas para uma alta taxa de rotatividade. A seguir, apresentaremos as mais comuns.

Insatisfação com o trabalho

Muitos profissionais estão insatisfeitos com o emprego, gerando um clima de desmotivação dentro das empresas. Quando esse cenário se instala na organização, as portas se abrem para o turnover.

Por isso, os gestores precisam identificar o que ocasiona a falta de entusiasmo pelo trabalho. As razões podem ser muitas, mas algumas são bem comuns e fáceis de reconhecer. Por exemplo, os colaboradores não enxergam o valor do seu serviço e acham que contribuem pouco ou nada para o sucesso do negócio.

Ausência de comunicação

Em um artigo do site da universidade de Gettysburg, Andrew Naber, cientista comportamental, apresentou uma pesquisa autoral que revelou uma informação interessante: uma pessoa comum gasta 90 mil horas trabalhando ao longo da vida. Sendo assim, muitos passam mais tempo com os colegas de trabalho do que com a família.

Contudo, isso não significa que o relacionamento entre colaboradores seja amigável. Na verdade, a falta de interação da equipe é algo que atinge muitas empresas. Agora, imagine passar o dia sem ter uma conversa sincera e descontraída com os profissionais com quem você trabalha.

Sem dúvida, é algo desmotivador. Por isso, a falta de comunicação é um dos fatores que elevam a taxa de rotatividade da empresa.

Desapego à cultura organizacional

A cultura organizacional da empresa é o que revela a sua identidade. Dessa forma, os colaboradores entendem a mentalidade do negócio e como se padronizar em relação a princípios, crenças e políticas internas.

Contudo, nem todo profissional tem ou consegue desenvolver afinidade com a cultura de uma organização. Por exemplo, imagine uma instituição que tem a inovação como o foco da sua identidade corporativa. Nesse ambiente, fervilham novos conceitos, ideias e ferramentas virtuais.

Para alguns, uma empresa assim é o paraíso empresarial, mas, para outros, um desafio constante, especialmente para profissionais mais conservadores. Sendo assim, esse grupo sente-se “um peixe fora d’água” e trocará inevitavelmente o emprego atual por outro que se alinhe aos seus padrões pessoais.

Falta de investimentos na equipe interna

Atualmente, as instituições investem cada vez mais na experiência do colaborador (employer experience). Essa prática, aliada ao conceito de design thinking, planeja posicionar os profissionais no foco da empresa e elaborar estratégias que proporcionem vivências significativas para a carreira e a vida deles.

Com a ajuda dessa prática, os treinamentos, os benefícios e o plano de carreira dos colaboradores tornam-se muito eficientes. Esse é apenas um exemplo de investimentos que uma empresa pode fazer na equipe interna.

Recentemente, um artigo do site da Harvard Business Review mostrou que os profissionais modernos desejam obter aprendizado e desenvolvimento na empresa em que trabalham. Sendo assim, empresas sábias reconhecem essa necessidade e investem nela.

Como classificar a taxa de rotatividade?

De fato, são inúmeras as causas que influenciam o índice de turnover. Entretanto, uma maneira de estudá-las e interpretá-las é pela classificação em categorias. No geral, os motivos para a rotatividade se enquadram em três grupos:

  • controlável — são razões que afetam os resultados, mas podem ser mitigadas por meio de estratégias, como é o caso dos baixos salários, a ausência de comunicação interna e a falha nas contratações;
  • semicontrolável — esse grupo de causas depende de duas ou mais partes para serem eliminadas. Por exemplo, os conflitos e os maus hábitos de colaboradores podem contribuir para a rotatividade. Nesse caso, tanto a empresa quanto o time interno precisam trabalhar juntos para acabar com essa situação;
  • incontrolável — como o próprio nome já revela, essa categoria está além do controle da organização e dos colaboradores. Sendo assim, não há nada que possa ser feito para mitigá-la.

É possível também classificar o turnover de acordo com os custos gerados para a empresa. Por exemplo:

  • os custos primários têm uma relação direta com a demissão e a admissão de colaboradores — despesas com treinamento e exames admissionais e demissionais;
  • os secundários se referem às consequências indiretas — perda de produtividade e acúmulo de funções;
  • os terciários são aqueles percebidos em médio e longo prazo — queda na reputação da empresa e perda da qualidade nos serviços.

Como medir o turnover?

Embora a tecnologia tenha desenvolvido ferramentas que medem automaticamente a taxa de turnover, é importante saber realizar esse cálculo, na prática. Na verdade, essa matemática é muito simples.

Funciona assim: o gestor levanta o número de colaboradores admitidos e divide por dois. Depois, divide esse total pela quantidade de funcionários e multiplica por cem, obtendo o resultado.

Para ficar ainda mais claro, mostraremos alguns exemplos. Imagine uma organização que tenha demitido 14 e contratado 10 colaboradores, mantendo um total de 150 membros no time interno.

Como ficaria esse cálculo? Assim: (14 + 10) / 2 = 12 / 150 = 0,08 x 100 = 8%.

E se os gestores quiserem descobrir a quantidade exata de profissionais desligados? Digamos que a empresa tenha 400 funcionários e 15 desligamentos.

Diante disso, o cálculo seria feito desse modo: 15 / 400 x 100 = 3,75 %.

Essa mesma fórmula pode ser usada para mensurar também o turnover de admissão.

Já para entender o índice de rotatividade anual da empresa, a matemática muda um pouco, uma vez que, além das pessoas desligadas, é preciso incluir também a quantidade de funcionários no início e no fim de um ano.

Para esclarecer melhor, pense em uma organização que demitiu 10 colaboradores durante um ano. Nesse período, a quantidade de colaboradores subiu de 50 para 70.

Diante disso, a conta fica assim: 10 / 60 = 0,166 x 100 = 16,66%.

Como reduzir o índice de turnover?

Existe uma maneira de acabar com a rotatividade de colaboradores? A resposta é não, mas é possível melhorar a gestão de pessoas para reduzir o índice.

As empresas devem caminhar para controlar fatores internos que podem influenciar a demissão de colaboradores. Para isso, mostraremos algumas formas de controlar e reduzir o índice de turnover, confira abaixo:

Cuide do processo seletivo

O processo de recrutamento e seleção é um dos mais importantes da empresa, por ser a porta de entrada dos que farão parte do time interno. Por isso, essa área precisa ser eficiente para identificar e contratar as pessoas certas.

Inclusive, embora existam profissionais de RH muito experientes, a tecnologia vai além da capacidade humana. Por exemplo, existem plataformas que ajudam a desenvolver o perfil do candidato compatível com um cargo disponível.

Crie uma política de benefícios

Muitas empresas adotam a estratégia de otimizar a gestão de benefícios para reduzir a taxa de turnover. Com certeza, essa é uma ótima maneira de motivar os colaboradores a aumentarem a produtividade, o entusiasmo e o engajamento com a marca.

Existem algumas maneiras de conceder benefícios, sendo que uma delas é permitir a personalização de uma cesta. Nesse sentido, a organização pode disponibilizar vários incentivos e deixar que os colaboradores escolham quais desejam adquirir.

Além disso, a empresa talvez decida oferecer benefícios diretamente, como um plano de saúde empresarial para o funcionário e sua família.

De acordo com o estudo“Global Talent Trends 2018”, feito pela empresa Mercer, os benefícios encantam, atraem e retêm os profissionais, inclusive os mais jovens, ajudando-os até mesmo a elevarem o seu bem-estar interno.

Invista no ambiente interno

Um ambiente agradável para se trabalhar não surge por acaso. Para isso, é necessária a execução de algumas práticas que tornem o dia a dia dos colaboradores mais leve e descontraído. Com isso, a ida à empresa será mais prazerosa do que desanimadora.

Algumas organizações decidiram mudar o layout dos setores para “suavizar” a aparência interna. Em vez de inúmeras baias demarcadas por paredes, todos os colaboradores trabalham no mesmo ambiente, até mesmo os líderes.

Depois do almoço, existe uma sala para aqueles que curtem um breve cochilo antes de iniciar os serviços da tarde. Vez por outra, os funcionários são convidados para um happy hour, que não é uma simples festinha, mas uma forma de aumentar a interação e a felicidade de todos.

Já os que gostam de trabalhar em projetos pessoais, ganham um espaço para se dedicarem a tal atividade. Sem falar da alternativa de aproveitar uma sala de jogos, de café ou de massagem dentro da própria empresa.

Todas essas possibilidades visam a tornar o ambiente corporativo menos agressivo para os profissionais. Diante de todos esses “mimos”, muitos decidem que sair da empresa não é uma opção viável, e, com certeza, a retenção ocorrerá de maneira natural.

Qual é o papel do RH?

O sucesso de todas as práticas citadas depende muito da gestão de recursos humanos. Afinal, o RH e, por extensão, o departamento pessoal, cuidam diretamente do capital humano da empresa. Por isso, essas áreas têm mais facilidade em identificar os motivos para a elevação da rotatividade.

No entanto, é necessário realizar um estudo prévio e, com base nas informações levantadas, propor soluções eficazes. Atualmente, a utilização de indicadores de desempenho, com tecnologias embasadas em inteligência artificial, big data e business intelligence, são os principais recursos para a obtenção de dados e a geração de gráficos que apresentem o panorama da rotatividade interna.

Além disso, o RH é responsável também por implantar os mecanismos que otimizarão o engajamento dos colaboradores, por exemplo, treinamentos, programas de aprendizagem e a remodelagem do processo de recrutamento e seleção.

Mais importante ainda é adotar um programa de desenvolvimento de líderes. Afinal, uma vez que esses profissionais são os espelhos dos colaboradores, eles precisam ser inspiradores e encorajadores. Outra característica essencial é a empatia, pois é necessário entender as necessidades dos subordinados.

Sem dúvida, o que a empresa faz pelos colaboradores retorna por meio de serviços de qualidade, aumento dos lucros, um melhor posicionamento no mercado e uma eficiente gestão empresarial. Como vimos, a taxa de rotatividade também diminui quando os funcionários percebem o interesse do negócio na sua progressão de carreira.

Piwi e a gestão de benefícios

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